a voz dos nobres emudecia, e a língua se lhes pegava ao paladar.
Pois, ouvindo-me algum ouvido, me tinha por bem-aventurado; e vendo-me algum olho, dava testemunho de mim;
porque eu livrava o miserável que clamava, e o órfão que não tinha quem o socorresse.
A bênção do que estava a perecer vinha sobre mim, e eu fazia rejubilar-se o coração da viúva.
vestia-me da retidão, e ela se vestia de mim; como manto e diadema era a minha justiça.
Fazia-me olhos para o cego, e pés para o coxo;
dos necessitados era pai, e a causa do que me era desconhecido examinava com diligência.
E quebrava os caninos do perverso, e arrancava-lhe a presa dentre os dentes.
Então dizia eu: No meu ninho expirarei, e multiplicarei os meus dias como a areia;
as minhas raízes se estendem até as águas, e o orvalho fica a noite toda sobre os meus ramos;
a minha honra se renova em mim, e o meu arco se revigora na minha mão.
A mim me ouviam e esperavam, e em silêncio atendiam ao meu conselho.