Tendo tédio à minha vida; darei livre curso à minha queixa, falarei na amargura da minha alma:
Direi a Deus: Não me condenes; faze-me saber por que contendes comigo.
Tens prazer em oprimir, em desprezar a obra das tuas mãos e favorecer o desígnio dos ímpios?
Tens tu olhos de carne? Ou vês tu como vê o homem?
São os teus dias como os dias do homem? Ou são os teus anos como os anos de um homem,
para te informares da minha iniquidade, e averiguares o meu pecado,
ainda que tu sabes que eu não sou ímpio, e que não há ninguém que possa livrar-me da tua mão?
As tuas mãos me fizeram e me deram forma; e te voltas agora para me consumir?
Lembra-te, pois, de que do barro me formaste; e queres fazer-me tornar ao pó?
Não me vazaste como leite, e não me coalhaste como queijo?
De pele e carne me vestiste, e de ossos e nervos me teceste.
Vida e misericórdia me tens concedido, e a tua providência me tem conservado o espírito.