O homem, nascido da mulher, é de poucos dias e cheio de inquietação.
Nasce como a flor, e murcha; foge também como a sombra, e não permanece.
Sobre esse tal abres os teus olhos, e a mim me fazes entrar em juízo contigo?
Quem do imundo tirará o puro? Ninguém.
Visto que os seus dias estão determinados, contigo está o número dos seus meses; tu lhe puseste limites, e ele não poderá passar além deles.
Desvia dele o teu rosto, para que ele descanse e, como o jornaleiro, tenha contentamento no seu dia.
Porque há esperança para a árvore, que, se for cortada, ainda torne a brotar, e que não cessem os seus renovos.
Ainda que envelheça a sua raiz na terra, e morra o seu tronco no pó,
contudo ao cheiro das águas brotará, e lançará ramos como uma planta nova.
O homem, porém, morre e se desfaz; sim, rende o homem o espírito, e então onde está?
Como as águas se retiram de um lago, e um rio se esgota e seca,
assim o homem se deita, e não se levanta; até que não haja mais céus não acordará nem será despertado de seu sono.