Lembra-te de que a minha vida é um sopro
Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão, e chegam ao fim sem esperança.
A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó
Havendo-me deitado, digo: Quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me revolver na cama até a alva.
assim se me deram meses de escassez, e noites de aflição se me ordenaram.
Como o escravo que suspira pela sombra, e como o jornaleiro que espera pela sua paga,
Porventura não tem o homem duro serviço sobre a terra? E não são os seus dias como os do jornaleiro?
Há iniquidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar discernir coisas perversas?
Mudai de parecer, peço-vos, não haja injustiça
Agora, pois, por favor, olhai para, mim
Até quereis lançar sortes sobre o órfão, e fazer mercadoria do vosso amigo.
Acaso pretendeis reprovar palavras, embora sejam as razões do desesperado como vento?