Ensinai-me, e eu me calarei
Quão poderosas são as palavras da boa razão! Mas que é o que a vossa arguição reprova?
Acaso pretendeis reprovar palavras, embora sejam as razões do desesperado como vento?
Até quereis lançar sortes sobre o órfão, e fazer mercadoria do vosso amigo.
Agora, pois, por favor, olhai para, mim
Mudai de parecer, peço-vos, não haja injustiça
Há iniquidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar discernir coisas perversas?
Porventura não tem o homem duro serviço sobre a terra? E não são os seus dias como os do jornaleiro?
Como o escravo que suspira pela sombra, e como o jornaleiro que espera pela sua paga,
assim se me deram meses de escassez, e noites de aflição se me ordenaram.
Havendo-me deitado, digo: Quando me levantarei? Mas comprida é a noite, e farto-me de me revolver na cama até a alva.
A minha carne se tem vestido de vermes e de torrões de pó