Eclesiastes
Todo o trabalho do homem é para a sua boca, e contudo nunca se satisfaz o seu apetite.
Porque, que mais tem o sábio do que o tolo? E que mais tem o pobre que sabe andar perante os vivos?
Melhor é a vista dos olhos do que o vaguear da cobiça; também isto é vaidade e aflição de espírito.
Seja qualquer o que for, já o seu nome foi nomeado, e sabe-se que é homem, e que não pode contender com o que é mais forte do que ele.
Na verdade que há muitas coisas que multiplicam a vaidade; que mais tem o homem de melhor?
Pois, quem sabe o que é bom nesta vida para o homem, por todos os dias da sua vida de vaidade, os quais gasta como sombra? Quem declarará ao homem o que será depois dele debaixo do sol?
Melhor é a boa fama do que o melhor unguento, e o dia da morte do que o dia do nascimento de alguém.
Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque naquela está o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração.
Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração.
O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos na casa da alegria.
Melhor é ouvir a repreensão do sábio, do que ouvir alguém a canção do tolo.
Porque qual o crepitar dos espinhos debaixo de uma panela, tal é o riso do tolo; também isto é vaidade.